sábado, 29 de setembro de 2012

Nove da manhã


Relógios paralisados. Pulso e parede. O telefone respira alto, mas não fala. Sua voz escrita, sua voz muda. Malas prontas no chão da sala e você não apareceu. Você não apareceu e as malas estão prontas. 
Eu estava preparada, mas você, não.
Você não me conhece. 
A cama é sua sala de aula, você pensa que ensina, eu finjo que aprendo. Não há lições em nossa história. “Atrasei”. Seu verbo e tempo preferidos...
Tudo que vivemos até aqui foi uma loucura. Você me deixa maluca, e isso não é bom, sabe? 
Já não tem mais graça essa brincadeira de adolescência tardia. Não posso mais.
Malas desfeitas.
Roupas intactas.
Armários entreabertos: seu beijo não tem mais gosto de mim.